Entraste na minha vida com a leviandade de uma puta.

Thursday 1 April 2010
O amor perdido não deixa de ser amor. Apenas assume uma forma diferente. Não conseguimos ver o sorriso da pessoa amada, ou levar-lhe comida, ou mexer-lhe nos cabelos ou rodopiar com ela numa pista de dança. Mas quando esses sentimentos enfraquecem, há outro que se sublima. A memória. A memória torna-se a nossa companheira. Alimenta-nos. Agarramo-nos a ela. Dançamos com ela. A vida tem um fim, mas o amor não. A vida ensinou-me a não sentir a falta de ninguém, a aceitar a perda e a morte com um sorriso cínico e um conformismo quase inato. Mas quem ama precisa saber perder-se, precisa de saber encontrar-se.
Tudo em mim se habituara a ele, o meu corpo, o meu coração, os meus olhos, o meu sono. E agora que ele estava a sair da minha realidade de uma forma irreversível. Era como se me arrancassem os membros, sentia-me paralisada, perdida, sem saber para onde ir, assustada e ferida sem sequer acreditar no que me estava a acontecer.
Quando uma mulher gosta mesmo de um homem aguenta tudo, espera o tempo que for preciso, não há nada que não faça para poder ficar com ele.

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