Friday, 7 May 2010

Hoje temi pela primeira vez a morte. Tive medo de adormecer e não acordar, porém estava a dormir. Foi um sonho. Consegui sentir a dor da minha mãe, senti ligeiramente o que é esperar pela morte. Estava doente, precisava de um transplante. Quando fechava os olhos via o meu corpo aberto e ouvia o zumbido que passara a ser continuo das maquinas que me rodeavam. Quando os abria, tentava assimilar a ideia de que ia morrer, mas era difícil.
Nunca temi a morte, pelo contrário..Sempre desejei ir ao encontro dela não só pela curiosidade mas também por não valorizar a minha existência. Que faço aqui ? Porquê viver ? Já pedi que me dessem pelo menos cinco razões que justificassem a existência do ser humano, mas só me foram dadas razões fúteis, egoístas e controversas. São perguntas que qual quer ser pensante já fez a si próprio, ou talvez não. Admiro a capacidade que as pessoas têm de se preocuparem apenas consigo próprios e com a sua felicidade, gostava de a ter. Indiferença. Mas este meu desejo de perceber o mundo é incurável. Esta revolta cá dentro está a tornar-se selvagem.
Já ninguém valoriza o nascer do sol, a frescura do vento, o cheiro da terra ou até do cimento calcado pela chuva, o luar a sobrepor-se ao brilho das estrelas, o chilrar dos pássaros ao fim de um dia quente ou simplesmente enterrar os pés na areia e ter o poder de sentir cada grãozinho a escorregar-te por entre os dedos.
Há quanto tempo não olhas para o céu e procuras unir as estrelas até formares uma imagem ? Ou mesmo de dia brincares com as nuvens ? Talvez há uns bons anos, quando ainda eras uma criança, livre de vícios e livre do mundo. Quando não tinhas de te preocupar com o que pensavam de ti, nem tinhas por quem sofrer.
Motivação ? Morreu comigo.

1 comments:

Anonymous at: 8 May 2010 at 06:45 said...

muito fixe.continua assim pequena
..parabens

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