
Não sei sobre o que escrever mas sinto uma imensa necessidade de o fazer. Nada tenho para dizer, mas o meu estômago está em revolta pois sinto uma enorme vontade de vomitar verbos e palavras, que juntos, façam sentido.
O meu corpo está a ceder a esta vontade incontrolável de escrever, a minha mão num gesto bruto desvia as folhas e todo o entulho que se oponha e ergue os dedos num movimento ofegante para agarrar numa caneta e escrever.
Não sei porque escrevo, talvez o papel me compreenda melhor do que ninguém ou simplesmente não me censura. O papel sabe escutar, escuta em silêncio e assim permanece. Esta não bufa ao ouvir-me, não me vira as costas e não opina.
Será um pedaço de papel melhor do que uma pessoa? Talvez em ocasiões como estas, mas sejamos racionais, uma folha nunca nos poderá aconchegar em seus braços quando tudo está contra nós mesmos, uma folha nunca nos poderá limpar as lágrimas e beijar-nos a face e muito menos mostrar-nos o quão importante somos para alguém.
Uma folha é só uma folha.
0 comments:
Post a Comment